Um intenso ciclone deve se formar na costa do sul do RS na sexta-feira. Segundo alguns modelos, a pressão no centro do ciclone pode chegar a ~980 hPa < 500 km da costa, o que deve favorecer intensas rajadas de vento no litoral do RS.
O ciclone se forma devido a um intenso cavado em 500 hPa que avança de oeste e adquire inclinação negativa conforme se aproxima do RS (abaixo). Além disso, ampla advecção quente em baixos níveis favorecerá queda de pressão sobre o RS ao longo do período (mais abaixo), e posteriormente sobre o oceano conforme o ciclone se desloca para leste/sudeste.
O ciclone se formará ao longo do jato de altos níveis (abaixo), mas a liberação de calor latente ao longo do dia amanhã (3) fará com que o jato se divida em dois máximos (mais abaixo), um a noroeste e outro a sudeste do ciclone. Esse processo é relativamente comum em ciclogêneses extratropicais e faz com que o ciclone se posicione na entrada equatorial do jato a sudeste e na saída polar do jato a noroeste, favorecendo intensificação mesmo que o ciclone não tenha mais acesso a ar quente.
A pressão minima prevista pelo GFS é de ~980 hPa, o que seria a menor pressão nessa área nos últimos 40 anos (segundo o ERA5 1979-2019).
O ciclone também pode apresentar aprisionamento do ar quente no centro, o que ocorre em algumas situações em que o ciclone se intensifica rapidamente.
Antes do ciclone, tempestades severas podem ocorrer em uma ampla área Sul do Brasil. Além disso, precipitação intensa deve ocorrer em áreas do centro-norte do RS e SC. O GFS e o ECMWF indicam mais de 150 mm em dois dias, o que pode facilmente levar a novas inundações dado o solo saturado na região.
Conforme o ciclone se intensifica, devem ocorrer rajadas de vento intensas na costa do RS. O GFS indica ventos acima de 60 kt em 925 hPa na madrugada do dia 4.